Brasília, a redoma de vidro, é moradia para os ratos que Clarice Lispector tanto temia e chegaram ao poder. Na vida, aprendi com as histórias de ninar, que os ratos moram na dispensa, e na surdina da noite, aproveitam para morder os dedos dos pés. Com o prelúdio das eleições, eles se agitam, alguns se afogam, outros boiam como dejetos e envenenam o que está em volta, tornam opaca as mentes dos candangos.
– “Rouba, mas faz”
– “Bandido bom é bandido morto”
– “Sobre pais que choram no banheiro”
Camuflados, verde amarelo disfarçados, armados de boa intenção. Na maior perfeição, a cidade é impiedosa e o conservadorismo se alastra sobre os engravatados do congresso. Nos carros com ar-condicionado, a classe média, enrustida, justifica o seu fascismo na meritocracia, sendo necessário às minorias que são maiorias uma argumentação para sobreviver.
O eixo monumental já não suporta a cavalaria. As balas…
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